
O casal
conta que os dois são adeptos da pureza sexual até o casamento e durante este
período de relacionamento não tiveram relação sexual. “Preferi me preservar.
Nos abdicamos do contato físico, do toque, para focar nosso relacionamento na
amizade e em conhecer um ao outro”, comenta Rafael. Ele destaca também que a
escolha ajuda ainda em ter uma vida emocional equilibrada.
Para Heloísa, a união do casal está respaldada na
santidade e em princípios que estão descritos na Bíblia. Ela argumenta que o
contato físico pode contribuir para que o namoro saia do foco e, por conta
disso, o máximo que fazem é pegar na mão e abraçar. “Sabemos que o beijo não é
pecado, até porque a Bíblia não se refere a isso. Porém, o sexo é, por isso
evitamos. Mas não se trata de uma regra. Somos livres para optar e escolher”,
pontua.
A jovem disse
que já teve outros relacionamentos fora da igreja e que as experiências só
reforçam o estilo adotado no namoro atual. “Somos guardados do prejuízo que é
ter um coração machucado e ferido”.
Corte
O casal
já marcou a data do casamento para o mês de março de 2013. E para chegar até
lá, Rafael e Heloísa contam que o namoro dos moldes atuais foi trocado para a
modalidade “corte”, no sentido de resgatar valores que se perderam.
Mas para Rafael, isso não é uma tarefa fácil. Ele
ressalta que o preconceito da sociedade é grande e que a castidade ainda é um
assunto polêmico. Cursando engenharia civil, o universitário disse que já foi
até chamado de louco por colegas. “A postura vai contra as regras ditadas pela
sociedade. É difícil para muitos aceitarem que alguém em pleno século 21 pense
assim. No entanto, quando se tem convicção, seguimos em frente”, avalia.
Veredas antigas
O pastor
Heitor Henrique Laranjo, de 27 anos, explica que a área sentimental é a que
mais aflige o solteiro. Responsável por trabalhos desenvolvidos com jovens e
adolescentes na Igreja Videira, em Cuiabá, o pastor avalia que muitos jovens
estão tendo diversos relacionamentos e que chegam a um ponto de frustração
emocional muito cedo.
Ou então,
segundo Heitor, chegam ao casamento e não conseguem sustentá-lo por falta de
amadurecimento. Além disso, percebem que se casaram com a pessoa errada. “Por
isso a corte é diferente do namoro, pois preserva o conhecimento entre o casal.
Não é respaldado em beijo ou sexo. Voltamos ao tempo em que nossos pais e avós
namoravam na sala com a presença da família toda”, reforça.
O molde de relacionamento tem ganhado cada vez mais
adeptos nas igrejas evangélicas do país. O movimento “Eu Escolhi Esperar”, por
exemplo, que prega a virgindade até o matrimônio tem sido disseminado cada vez
mais nas redes sociais e já ganhou millhares de seguidores no Facebook e
Twitter.
A adesão à corte, conforme o pastor Heitor
Henrique, é feito por casais, preferencialmente a partir de18 anos e que têm o
objetivo de casamento. “É muito maior que um movimento de pró-sexualidade. É o
resgate das veredas antigas”, observa.
Precoce
A
doutora em psicologia comunitária Maria Auxiliadora de Oliveira avalia que a
sociedade contemporânea deturpou o sexo ao explorar a sensualidade. Segundo
ela, está cada vez intenso o desenvolvimento precoce da sexualidade, o que tem
aumentado os casos de gravidez na adolescência.
“A
questão afetiva e familiar hoje está banalizada. São muitos jovens e
adolescentes começando uma vida sentimental sem estrutura. Sabemos que cada
coisa tem o seu tempo e priorizar isso ajuda a minimizar os problemas que
afetam a juventude”, frisou Maria Auxiliadora.
Frutos
Os
frutos de um relacionamento preservado na pureza sexual, são o que o casal
Sandro Cruz, de 28 anos, e Maria Aparecida de Assis da Cruz, de 29, garantem
estar colhendo. Com apenas três de meses de namoro, eles se casaram e optaram
pela castidade até subir ao altar.
Para
Sandro foi a melhor opção que fez, após ter namoros fora dos padrões da igreja
que geraram problemas sentimentais. “Começamos a nos conhecer e o sentimento
foi aumentando. Percebi que já poderia me casar e fiz tudo dentro que acreditei
estar correto. Hoje percebo que valeu à pena porque tenho um casamento recheado
de respeito, confiança e carinho”, revela.
Maria
Aparecida, que tem uma filha de sete anos, disse que não teve dúvidas em se
preservar. Ela disse que foi difícil a caminhada, mas a vontade de encontrar o
verdadeiro amor falou mais alto. “A questão é dar valor às coisas que se perdem
no decorrer da relação. Nossa prioridade foi a amizade e a base do evangelho.
Hoje vejo o quanto essa escolha fez a diferença em minha vida”.
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